
Por Pedro Arthur Nascimento (@pedromnasciment)
O SBT ao longo dos 33 anos de existência já produziu diversas novelas. No entanto, grande parte delas foram adaptações de roteiros mexicanos, outra pequena parte foram textos "remakeados" de tramas da TV Tupi, Excelsior e até da TV Globo e , por fim, apenas 10 tramas foram produzidas ou encomendadas de produtoras com texto completamente original. Estão curiosos pra saber quais são as dez novelas? Vamos conferir agora no nosso TOP 10 do #BaúdasNovelasdoSBT!
1 – Meus Filhos, Minha Vida (1982)
A TVS apresentou a primeira novela produzida pela emissora em 1982, que se chamava “Destino”, baseada na original mexicana “Mundos Opuestos”. Desde então, o SBT, que à época era batizada como TVS, “remakeou” vários textos mexicanos, geralmente curtos e a maioria escritos pela escritora Marissa Garrido.
Em junho de 1984, porém, a TVS colocou no ar “Meus Filhos, Minha Vida”, escrita por Ismael Fernandes, Henrique Lobo e Crayton Sarzy, a PRIMEIRA novela da emissora com texto completamente original, iniciando uma nova fase de teledramaturgia na emissora. Protagonizada pela atriz Miriam Pirez, contava a história de Luzia, uma mulher batalhadora e devota de Nossa Senhora Aparecida que lutava para criar para os filhos André, Pedro e Mario, vividos pelos atores Dênis Derkian, Carlo Briani e Raymundo de Souza, respectivamente.
Raymundo de Souza, Carlo Briani, Miriam Pirez e Dênis Derkian em "Meus Filhos, Minha Vida"
2 – Jogo do Amor (1985)
Com o sucesso de “Meus Filhos, Minha Vida”, a TVS continuou com produções 100% brasileiras e lançou “Jogo do Amor”, novela escrita por Azis Bajur, exibida em 1985. Dessa vez, a emissora investiu mais na produção com a contratação de vários atores globais, cenários mais caprichados e preocupação com a trilha sonora, inclusive lançada comercialmente. Infelizmente, essa é uma das novelas mais “enigmáticas”, pois não há nenhum registro em vídeo no You Tube e poucas informações em acervos de notícias. Espera-se que algum dia o SBT possa exibir trechos da produção em programas estilo “Festival SBT 30 anos”.
3 – Uma Esperança no Ar (1985)
Alguns poucos registros de jornais apontam que “Jogo do Amor” não repetiu o sucesso de “Meus Filhos, Minha Vida”. Mesmo assim, a TVS continuou com o projeto de dramaturgia nacional e produziu “Uma Esperança no Ar”, com a missão de reerguer o núcleo (como o próprio nome da novela sugere rs). Exibida ainda no ano de 1985 foi escrita por Amilton Monteiro, Crayton Sarzy, Dulce Santucci, com participação no argumento de Ismael Fernandes. A abertura da novela, por sinal é muito bonita, pode ser vista no vídeo abaixo:
Trecho e abertura da novela "Uma Esperança no Ar"
4 – Cortina de Vidro (1989)
Com o término de “Uma Esperança no ar”, a TVS cancelou o núcleo de teledramaturgia. Só quatro anos depois, em 1989, a emissora fez uma parceria com a produtora Miksom, de Guga de Oliveira, irmão de Boni, para produzir “Cortina de Vidro”, escrita por Walcyr Carrasco, uma das novelas mais polêmicas da história da emissora. Mais informações, acessem aqui a primeira postagem da coluna Baú de Novelas sobre "Cortina de Vidro".
5 – Brasileiras e Brasileiros (1990)
Em 1990, agora já oficialmente batizada como Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), a emissora de Silvio Santos apostou na contratação do grande diretor Walter Avancini e deu carta branca para implantação de uma nova era na teledramaturgia. Surgiu, então, “Brasileiras e Brasileiros”, trama escrita por Carlos Alberto Soffredini e Walter Avancini, cuja função era mostrar, pela primeira vez em um folhetim, a classe baixa da sociedade como protagonista da história.
Relembre um trecho da novela postado no quadro SBTpedia History:
6 – Colégio Brasil (1996)
Após “Brasileiras e Brasileiros”, o SBT encerrou novamente o núcleo de novelas. Quatro anos depois, em 1994, o diretor Nilton Travesso deu início a uma nova fase com adaptações de novelas que foram sucesso em outras emissoras como “Éramos Seis” e “As Pupilas do Senhor Reitor”. Porém, só em 1996 o SBT exibiu outra novela com texto inédito, “Colégio Brasil”, exibida entre maio e setembro de 1996, escrita por Yoya Wurch e direção de Roberto Talma. Foi uma produção encomendada para a produtra JPO, de João Paulo Vallone, com a intenção de fazer uma espécie de "Malhação" misturado com "Carrossel". Apesar de pouco lembrada, muitos críticos de TV elogiaram a produção e o texto da novela na época.
Patrícia de Sabrit (à esquerda) era a professora Júlia e Paloma Bernadi (à direita) era Antônia, uma das alunas do Colégio Brasil
7 – Dona Anja (1997)
Ainda com a parceira com a produtora JPO, o SBT colocou no ar em 1997 a história de "Dona Anja" baseada no livro de Josué Guimarães, escrita por Yoya Wursch e Cristianne Fridman, com direção geral de Roberto Talma. Sem dúvida alguma, "Dona Anja" foi uma das novelas mais diferentes do estilo SBT de teledramaturgia, que apostou no erotismo para enfrentar com a mesma moeda a também erótica "Xica da Silva" da TV Manchete. No elenco, Lucélia Santos e Jonas Melo formavam o casal protagonista.
Relembre AQUI entrevista realizada pelo SBTpedia com a autora Yoya Wursh, que escreveu Colégio Brasil e Dona Anja.
Vejam abaixo trecho do primeiro capítulo da novela:
8 – Fascinação (1998)
Encerrado a parceria com a JPO produções, o SBT inaugurou os estúdios da atual CDT na Anhanguera com a produção de "Fascinação", escrita por Walcyr Carrasco, exibida entre maio e novembro de 1998. Com Regiane Alves estrelando como protagonista, a trama fez bastante sucesso por conseguir criar um texto inédito - a história de uma prostituta nos anos 30 - sem fugir do estilo romântico e mexicano que o público do SBT estava acostumado. A novela revelou vários talentos além da protagonista como Caio Blat e Mariana Ximenes.
Regiane Alves e Marcos Damigo, protagonistas de "Fascinação"
9 – Revelação (2008)
Após "Fascinação", o SBT iniciou um novo ciclo na teledramaturgia em 2001 com uma parceria com a emissora mexicana Televisa, produzindo diversos remakes mexicanos que iniciou com "Pícara Sonhadora" e encerrou com "Amigas e Rivais" em 2007. Devido a baixa audiência das ultimas produções dessa fase, a mulher de Silvio Santos, Íris Abravanel, surpreendeu a todos quando anunciou que seria autora de novela e faria uma novela completamente original.
Depois de uma década, então, o SBT voltou a apostar em roteiro inédito e Íris Abravanel, juntamente com os seus colaboradores, criou "Revelação, uma história que envolvia um personagem oculto, falava sobre política, transtorno bipolar e tráfico de drogas.
Abertura da novela "Revelação"
10 – Amor e Revolução (2011)
Com o término de "Revelação", o SBT apostou novamente em remakes com "Vende-se um Véu de Noiva" e "Uma Rosa com Amor". Em 2011, o autor Tiago Santiago retoma a produção de texto inédito e encoraja-se em mostrar a história da ditadura militar no Brasil em "Amor e Revolução". Com direção de Reynaldo Boury, o SBT investiu 25 milhões na produção da novela, que investiu pesado em cenografia e iluminação. A trama também inovou por exibir pela primeira vez na história da teledramaturgia um beijo gay com as atrizes Gisele Tigre e Luciana Vendramini.
Cena de tortura na novela "Amor e Revolução"
E aí, qual foi a novela com o roteiro 100% original do SBT que você assistiu e gostou? Comentem!
Até breve na coluna Baú!
- See more at: http://www.sbtpedia.com.br/2015/03/bau-das-novelas-do-sbt-as-unicas-10.html#sthash.TgaiD61q.dpuf
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